Numa cidade dividida entre Este e Oeste, quase como se fosse uma Big Apple cortada ao meio prestes a ser devorada pelas hostes incansáveis que percorrem as suas ruas, ruas estas também com moradas divididas entre Este e Oeste, com uma West Village e uma East Village, sim, bem diferentes, uma trendy e outra alternativa, até mesmo com um East River e onde transitar de Este para Oeste nem sempre é fácil (note-se a quase ausência de linhas de metro que cruzem a cidade de um sentido ao outro), por vezes o Este e o Oeste também se encontram.
De acordo com Salman Rushdie, a palavra Oriente é derivada de Orientar. Para mim, é derivada de exótico, misticismo, especiarias, sedas e brocados, arabescos e porcelana. O Oriente, no entanto, rodopia e consegue saber onde está o Norte depois de o fazer. No Oriente a espiritualidade assume muitas formas e filosofias. Por vezes, essas formas expressam-se numa cidade, também ela na costa leste de um país. Nova Iorque foi palco de uma celebração que eu, nas minhas viagens anteriores à Turquia, acabei por nunca testemunhar, a cerimónia espiritual do Semâ. No palco de um teatro lindíssimo na rua 43, uma tradição com sete séculos em que a dança, ou acto infinito de rodopiar, transcende quer a terra como o céu, numa comunhão total com a eternidade. Esta cerimónia foi desempenhada pelos Whirling Dervishes da ordem Mevlevi da Turquia, uma ordem muçulmana fundada por inspiração do poeta e filósofo Sufi do século XIII, Mevlana Rumi.
De acordo com a filosofia de Rumi, tudo revolve e o ser humano vive, precisamente, através da revolução das partículas, revolução do sangue no seu corpo e revolução das etapas da sua vida. O Semâ é um ritual que representa a viagem espiritual em busca da verdade e crescimento, o abandono do eu e o regresso novamente a ser humano, mas um ser mais amadurecido, que atingiu uma maior perfeição.
Representa também comunhão de culturas, patente numa frase de Rumi que as gentes da Turquia mantêm bem presente: "vem, sejas tu quem fores, vem". Foi Istambul e Nova Iorque encontrados, outro expresso oriente que ligou cidades com várias culturas, tradições e religiões, uma ponte entre este e o outro lado do Atlântico e ainda mais além, que ligou a América, a Europa e a Ásia.
De acordo com Salman Rushdie, a palavra Oriente é derivada de Orientar. Para mim, é derivada de exótico, misticismo, especiarias, sedas e brocados, arabescos e porcelana. O Oriente, no entanto, rodopia e consegue saber onde está o Norte depois de o fazer. No Oriente a espiritualidade assume muitas formas e filosofias. Por vezes, essas formas expressam-se numa cidade, também ela na costa leste de um país. Nova Iorque foi palco de uma celebração que eu, nas minhas viagens anteriores à Turquia, acabei por nunca testemunhar, a cerimónia espiritual do Semâ. No palco de um teatro lindíssimo na rua 43, uma tradição com sete séculos em que a dança, ou acto infinito de rodopiar, transcende quer a terra como o céu, numa comunhão total com a eternidade. Esta cerimónia foi desempenhada pelos Whirling Dervishes da ordem Mevlevi da Turquia, uma ordem muçulmana fundada por inspiração do poeta e filósofo Sufi do século XIII, Mevlana Rumi.
De acordo com a filosofia de Rumi, tudo revolve e o ser humano vive, precisamente, através da revolução das partículas, revolução do sangue no seu corpo e revolução das etapas da sua vida. O Semâ é um ritual que representa a viagem espiritual em busca da verdade e crescimento, o abandono do eu e o regresso novamente a ser humano, mas um ser mais amadurecido, que atingiu uma maior perfeição.
Representa também comunhão de culturas, patente numa frase de Rumi que as gentes da Turquia mantêm bem presente: "vem, sejas tu quem fores, vem". Foi Istambul e Nova Iorque encontrados, outro expresso oriente que ligou cidades com várias culturas, tradições e religiões, uma ponte entre este e o outro lado do Atlântico e ainda mais além, que ligou a América, a Europa e a Ásia.
"You have no idea
how hard I have looked for a gift to bring You.
Nothing seemed right.
What is the point of bringing gold to a gold mine,
or water to the ocean.
Everything I came up with
was like taking spices to the Orient.
It is no good giving my heart and soul,
Because You already have these
So I have brought a mirror.
Look at Yourself and remember me."
Mevlânâ Rûmî
[Publicado no Semanário Económico - 16 de Novembro, 2007]